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Textura de mármore

Chinese Woman - Guiana 🇬🇾

  • Foto do escritor: iamfromsouthamerica
    iamfromsouthamerica
  • 23 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 3 de nov. de 2023


Livro Chinese Woman Mulher Chinesa Jan Lowe Shinebourne Escritora de Guyana

Apesar de Guiana fazer fronteira com o Brasil, sua cultura e história não é óbvia para grande parte dos brasileiros. E na vontade de aprender algo diferente que escolhi Chinese Woman, de Jan Lowe Shinebourne.


Este livro me chamou a atenção por sua narrativa mostrar a diversidade racial e cultural da Guiana e Caribe que difere de outros países sul americanos. Chinese woman conta parte da história de Albert Aziz, guianense muçulmano de origem indiana.


Aziz narra sua própria infância, marcada por um acidente ao cair de uma árvore, e adolescência nas regiões onde haviam plantações de cana de açúcar na Guiana. Já na vida adulta, ele conta de sua busca pelo amor da adolescência não correspondido, uma jovem de origem chinesa chamada Alice Wong.


É interessante (e revoltante) ver o intricado jogo de poder entre raças pintado na primeira parte do livro. As pessoas são julgadas dignas de respeito de acordo com a sua origem e cor de pele, numa hierarquia de poder. E isso afeta no que Aziz se torna como adulto: tanto seu olhar para outras nacionalidades, como para a sua própria família e povo.


Informações do Livro Chinese Woman Mulher Chinesa Jan Lowe Shinebourne Escritora de Guyana

SPOILER ALERT

O acidente que Aziz teve na infância é um desses divisores de água da vida, tanto pelo resultado limitando o seu corpo, quanto pelo motivo que ele caiu. Um adolescente limitado fisicamente e racialmente, imerso numa densa tensão racial com todos.

Em todos os momentos, ele mostra desprezo e raiva por tudo e todos na Guiana, dos enfermeiros no hospital ás pessoas brancas, até a sua família. Somente pessoas de uma raça aparece como um oásis: os chineses.


Sua paixão/obsessão por Alice Wong vai da noção de neutralidade dos chineses para Aziz. Ela é branca, mas não é de origem inglesa, nem indiana hindu, nem africana. Não é inimigo, nem é menosprezada como os muçulmanos de sua família. Ela é o neutro e a paz no meio dessa tensão.

E acho que é por isso que anos depois, Aziz, já rico e separado da esposa, procura Alice de forma insistente. Ainda mantém esses ressentimentos sobre a forma como foi tratado quando criança, como sua vida tomou o rumo e ela continua como o ponto de paz para ele, mesmo que ele não fosse o mesmo para ela.


Quando vamos para a segunda parte do texto, vemos uma tentativa de pintar uma personagem extremista Islâmico, misógino (que aparece em diversas partes do texto) e uma Alice que se sente perseguida e com medo de lidar com ele. Mas essa tentativa desanda em um extremismo religioso forçado.


Claro que é possível que uma pessoa crescendo em meio a tanto preconceito racial e religioso se torne extremista, mas o texto é muito raso e não convence.

Ao terminar o livro, fiquei com a impressão de que essa neutralidade racial dos personagens chineses e essa forçada para incluir extremismo Islã vem mais das pré-concepções da autora e de sua própria origem.

O texto traz um tom único na segunda parte, sem uma crescente ou ambientação de suspense. E um final bem esquisito, se pensamos em uma história com um perseguidor e fanático religioso.


Começa bem. Trazendo um homem ressentido com a sua posição, e falta de poder, na sociedade guianense. No entanto, o texto se perde ao tentar abordar o extremismo religioso, ou fazer uma conexão entre as duas partes da estória em um livro tão curto.


Avaliação do Livro Chinese Woman Mulher Chinesa Jan Lowe Shinebourne Escritora de Guyana

Sobre a Escritora

Jan Lowe Shinebourne (1947) é um romancista, repórter e ativista dos direitos civis da Guiana. A voz de Shinebourne fornece informações sobre a cultura multicultural do Caribe. Ela cresceu em uma plantação de açúcar colonial e foi profundamente afetada pelas mudanças dramáticas que seu país passou na transição de uma colônia para a independência. Ela escreveu seus primeiros romances com base nessas experiências.


Outros Livros: Timepiece (1986), The Last English Plantation (1988), The Godmother and Other Stories (2004)



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Ser el eterno forastero, el eterno aprendiz, el eterno postulante: he allí una forma para ser feliz

Júlio Ramón Ribeyro

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