top of page
Textura de mármore

Nascer homem - Adelia Zamudio

  • Foto do escritor: iamfromsouthamerica
    iamfromsouthamerica
  • 1 de dez. de 2023
  • 1 min de leitura

Atualizado: 3 de dez. de 2023

Poema Nacer Hombre da poeta boliviana Adelia Zamudio.


Nacer Hombre

Nascer Homem

Cuánto trabajo ella pasa

por corregir la torpezade su esposo, y en la casa,

(permitidme que me asombre)

tan inepto como fatuo

sigue él siendo la cabeza,

porque es hombre.


Si alguna versos escribe

-“De alguno esos versos son

que ella sólo los suscribe”;

(permitidme que me asombre)

Si ese alguno no es poeta

¿por qué tal suposición?

-Porque es hombre.


Una mujer superior

en elecciones no vota,

y vota el pillo peor;

(permitidme que me asombre)

con sólo saber firmar

puede votar un idiota,

porque es hombre.


Él se abate y bebe o juega

en un revés de la suerte;

ella sufre, lucha y ruega;

(permitidme que me asombre).

Ella se llama “ser débil”,

y él se apellida “ser fuerte”

porque es hombre.


Ella debe perdonar

si su esposo le es infiel;

mas, él se puede vengar;

(permitidme que me asombre)

en un caso semejante

hasta puede matar él,

porque es hombre.


¡Oh, mortal!

¡Oh mortal privilegiado,

que de perfecto y cabal

gozas seguro renombre!

para ello ¿qué te ha bastado?

Nacer hombre.

Quanto trabalho ela tem

para corrigir a falta de jeito do marido, e em casa,

(permita-me ficar surpresa)

tão inepto quanto tolo

ele ainda é o chefe,

porque ele é um homem.


Se algum verso escrever

-“Esses versos pertencem a alguém

ela só os copia”;

(permita-me ficar surpresa)

Se esse alguém não é poeta

por que tal suposição?

-Porque ele é um homem.


Uma mulher superior

nas eleições não vota,

e os piores canalhas votam;

(permita-me ficar surpresa)

sabendo somente assinar

um idiota pode votar

porque ele é um homem.


Ele fica deprimido e bebe ou aposta

numa inversão de sorte;

ela sofre, luta e reza;

(permita-me ficar surpresa).

Ela se chama “ser fraca”,

e ele tem o sobrenome “ser forte”

porque ele é um homem.


Ela deve perdoar

se seu marido for infiel;

mas ele pode se vingar;

(permita-me ficar surpresa)

em um caso semelhante

ele pode até matar

porque ele é um homem.


Ó mortal!

Ó mortal privilegiado,

que perfeito e cabal

você certamente desfruta de renome!

Para isso, o que foi suficiente para ti?

Nasceu homem.

Obs.: A versão em português disponível neste post é uma tradução livre do texto original.

Adelia Zamudio, Escritora e poetisa boliviana, Poetas Sulamericanas, Poetisas Mulheres na poesia
Sobre a Poetisa

Adela Zamudio (1854–1928) é uma escritora e poeta boliviana pioneira no feminismo deste país. Nascida em Cochabamba, foi autodidata e escreveu diversos textos, poemas e uma novela "Íntimas". O dia Nacional da Mulher Boliviana é festejado em seu aniversário como homenagem.

Comentarios


Ya no es posible comentar esta entrada. Contacta al propietario del sitio para obtener más información.

Ser el eterno forastero, el eterno aprendiz, el eterno postulante: he allí una forma para ser feliz

Júlio Ramón Ribeyro

©2023 por Eu sou da América do Sul (eu sei você não vão saber). Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page